O Espadachim de Carvão, de Affonso Solano.
19:50
O Espadachim de Carvão é um livro filho de uma mente muito criativa.
Decidi que queria ler esse livro no fim de 2013, quando de súbito desenvolvi o desejo de me aprofundar na literatura fantástica brasileira. Em meio a alguns livros comprados, decidi ler o livro sobre o qual vos falo e sem exagero: Fui agraciado com uma leitura extremamente fascinante e cativante.
Somos quase apresentados a Adapak logo na primeira pagina do livro e quando digo "quase" quero dizer que não temos muito tempo para apresentações, já que sua atual moradia está sendo invadida por Guandirianos, cujos quais são seres nada simpáticos. Porem ao longo da historia vamos conhecendo tanto Adapak quanto Kurgala (o mundo em que ele vive).
Adapak é um jovem ingênuo: Cresceu em uma ilha, sem contato com o mundo, sem conhecer nenhuma outra espécie com exceção de Barutir: sua figura paterna humanizada, e Telalec: o indivíduo que o treinou na arte dos Circulos Tibaul, uma arte muito eficaz no uso das espadas.
Em Kurgala temos quatro divindades chamadas de "Quatro que são Um", e uma delas não é nada menos que o pai de Adapak. Isso mesmo: Adapak é o filho de uma divindade chamada Enki’Nar, e esse fator, como já era de se esperar, o torna único (ele é o único de sua espécie): Pele completamente preta, olhos brancos por inteiro e com um sério problema de calvície (Ok, piada sem graça).
Mas como estava tudo mais ou menos bom demais pra ser verdade, um dia Adapak se vê obrigado a fugir da caverna e da ilha em que vivia com o seu pai, tendo a oportunidade de conhecer Kurgala. E é quando a magia acontece.
Adapak se viu obrigado a enfrentar os desafios impostos pelo mundo no seu dia a dia e foi descobrindo e tendo cada vez mais certeza de que a vida não era do jeito que era mostrada nos livros. Tanto nós, quanto Adapak damos de cara com um mundo de novidades e esse foi um dos pontos que eu mais gostei ao ler o livro. Ao mesmo tempo em que Kurgala é apresentada a Adapak, ela é apresentada para nós também, ou seja, nós não tempos conhecimento prévio nenhum de como é/funciona Kurgala, estamos basicamente dentro dos pensamentos de Adapak. A visão do mundo para ele é passada para nós.
Como se não bastasse ser um estranho em um mundo estranho, o nosso herói se vê de frente a desafios diários. Ele descobre um mundo que cheio de pobreza, sujeira, muita lascívia, ladrões e assassinos. Sua ingenuidade é colocada em prova por vários personagens.
Adapak é muito mais poderoso que qualquer outra espécie, mas ainda assim é julgado e sofre preconceitos. Por causa de sua aparência é chamado de feiticeiro incontáveis vezes e é obrigado a lidar com a maldade de pessoas de quem ele nunca esperou nada de ruim.
"Aquele que ri para todos, é amigo de ninguém"
Adapak amadurece sua mente ao longo do livro, e nós, que somos tão ignorantes quanto ele, amadurecemos junto. Um livro repleto de aventura, romance e lições das quais eu tirei muito bom proveito.
Posso dizer a vocês que estou ansioso para ler o próximo volume, que já foi lançado esse ano pela Leya.
Até a próxima postagem :D
2 comentários
Oi, Leo!
ResponderExcluirAdorei sua resenha. Pela primeira vez me senti tentada a ler Espadachim - antes eu até o via bastante na internet e em livrarias, mas não tinha vontade de conhecê-lo. O mundo que Solano criou parece ser curioso, além de Adapak em si. Eu espero que possa ler em 2016.
Até a próxima,
Celly.
http://melivrandoblog.blogspot.com/
Ei Celly! É um livro espetacular, com um universo e personagens bem construídos, além de ser uma leitura bem leve e rápida. Aconselho muito, acho que você vai gostar!
ResponderExcluirAté!
ps. adoro seu blog, espero que tenha gostado daqui e volte sempre :D